MASP convida artistas urbanos contemporâneos para

De dentro para fora / De fora para dentro
Vernissage: 18 de novembro, quarta-feira, 19h.
No Hall Cívico e Mezanino do MASP.
De sexta-feira, 20 de novembro, a domingo, 05 de fevereiro de 2010.
Com uma centena de obras - inclusive seis murais que serão apagados no
encerramento da mostra - seis artistas da geração que hoje sacode ruas e
galerias de arte mundo afora chegam ao MASP em 20 de novembro para uma
exposição de grandes proporções. Carlos Dias, Daniel Melim, Ramon Martins,
Stephan Doitschinoff, Titi Freak e Zezão, que estão entre os principais
representantes desta geração, propõem no Museu uma experiência com obras
que interagem entre si e com o visitante a partir de instalações
especiais, telas e fotografias. De dentro para fora / De fora para dentro
traz ainda seis vídeos com a trajetória destes artistas e ocupa até 5 de
fevereiro o Hall Cívico e o Mezanino do MASP.
Unidos pela origem e destino - começaram suas carreiras pintando as ruas
de São Paulo, fazendo graffiti e outras intervenções urbanas, e hoje
apresentam seus trabalhos em galerias e museus nacionais e internacionais
um grupo de seis artistas contemporâneos acaba de ser convidado pelo
MASP para apresentar, no Museu, suas trajetórias de quase duas décadas de
produção artística.
Com seis grandes murais especialmente concebidos e realizados para a
mostra do MASP e que serão apagados no final da exposição, Carlos Dias,
Daniel Melim, Ramon Martins, Stephan Doitschinoff, Titi Freak e Zezão
ocuparão todo o Hall Cívico e Mezanino do Museu com instalações
interativas, telas e fotografias, além de vídeos que mostram suas
trajetórias no cenário da arte urbana contemporânea. De dentro para fora /
De fora para dentro tem curadoria de Mariana Martins, Baixo Ribeiro e
Eduardo Saretta e a ambiciosa meta de alcançar 150 mil visitantes entre 20
de novembro e 5 de fevereiro de 2010.
Cada um dos seis artistas traz suas contribuições que, no conjunto,
totalizam mais de 100 trabalhos de diversos formatos e mídias, buscando
interação entre si e com o espectador, que poderá entrar e passear pelas
instalações. Grandes paredes falsas e até mesmo o piso serão usados como
base para dar a vida aos murais, instalações, telas e fotografias - a
maioria produzidas no próprio MASP nas três semanas que antecedem a
abertura ao público, resultando numa mostra exclusiva a partir deste
diálogo com o espaço do Museu.
De dentro para fora / De fora para dentro traz também os seis vídeos que
narram a trajetória de cada artista, desde seus trabalhos pelas avenidas
de São Paulo e do Brasil, passando por obras nas ruas e prédios de cidades
da Europa, dos Estados Unidos e do Japão, até a absorção do gênero por
grandes galerias de arte nas principais capitais culturais do planeta.
Serviço Educativo
Assim como nas mostras compostas por obras do acervo e nas exposições
temporárias realizadas pelo MASP, De dentro para fora / De fora para
Dentro terá um programa educativo elaborado especialmente para atender
públicos distintos: visitante, professores e alunos de escolas das redes
pública e privada. As visitas orientadas são realizadas por uma equipe de
profissionais especializada. Mais informações: 3251 5644 (ramal 2112).
Sobre os artistas
Carlos Dias
http://choquecultural.com.br/blogs/carlosdias/
Carlos Dias também assina ASA (Ao Seu Alcance), que sintetiza sua
principal motivação criativa: o desejo de fazer uma arte ao mesmo tempo
profunda e expressiva, que qualquer pessoa possa sentir e não
necessariamente entender. O artista nasceu em Porto Alegre, em 1974, e
morou muitos anos em São Paulo, onde participou ativamente de
manifestações culturais juvenis nos anos oitenta e noventa: skate, punk,
hardcore, graffiti, street art etc. Carlos construiu um mundo psicodélico,
pop e expressionista, povoado por personagens surreais em cenários
caóticos, que o levou a participar de diversas exposições, incluindo a
última coletiva em Los Angeles, chamada São Paulo.
Carlos é um artista multimídia, que pesquisa suportes incomuns e o
desenvolvimento das ferramentas para lidar com eles. Sua principal
linguagem é a pintura em proposta estética suja, contemporânea, pop,
energética e barulhenta, que impacta pelos sentidos e não pelo intelecto.
No seu trabalho a instalação também é destaque. Sua gráfica é marcante e
fortemente ligada à pintura gestual. Rabiscos, escorridos, manchas são
elementos recorrentes nas suas pinturas, onde vez ou outra surge uma frase
ou palavra escrita numa tipografia própria. A cor também é elemento
essencial e surge associada à exploração de materiais inusitados, como o
flúor, a purpurina ou a tinta metalizada. Os suportes podem variar muito,
das telas aos paineis de madeira, passando por qualquer objeto encontrado
e que possa ser pintado.
É uma expressividade barulhenta, que dialoga abertamente com a música do
Againe, Polara, Caxabaxa e outras bandas formadas pelo artista ao logo das
últimas décadas. Carlos é músico, compositor, performer e autor de alguns
sucessos gravados por bandas pop, como CPM 22 ou Cansei de Ser Sexy.
Daniel Melim
http://choquecultural.com.br/blogs/danielmelim/
Daniel Melim nasceu em São Bernardo do Campo, São Paulo, em 1979. Pós
graduou-se em Artes Visuais mas foi nas ruas do seu bairro que aprendeu a
pintar, fazendo graffiti e intervenções urbanas, quase sempre associadas
ao estêncil, técnica de pintura sobre máscaras com imagens
vazadas.Trata-se de um pintor formalista, preocupado com a composição, com
a distribuição das massas de cores, com a riqueza de texturas e com a
impressão do processo em cada trabalho.
O imaginário pesquisado por Melim remete ao conforto de figuras retiradas
de compêndios de clichês de publicidade antiga e simbolizam o mundo
ingenuamente feliz, projetado pela propaganda. O artista transforma os
clichês em estêncil e o aplica, às vezes com ironia, às vezes desprezando
a qualidade simbólica da imagem, ficando apenas com a textura
proporcionada pelas manchas de tinta, muros mal acabados e construções
pobres. No caso das intervenções urbanas, as texturas já estão prontas
para serem usadas. Pátinas, rabiscos, pinturas descascadas, tudo vai sendo
apropriado pelo artista e transformado em composições. A intervenção salta
do mural para a instalação, numa ocupação sofisticada do espaço e dos
signos urbanos.
Daniel Melim teve sua primeira exposição individual na galeria Choque
Cultural em 2006 e de lá passou pelo Museu Afro Brasil, representou o
Brasil na Bienal de Valência, participou da coletiva The Cans Festival,
promovida pelo artista britânico Banksy, em Londres, além da última
SP-Arte.
Melim desenvolve o Projeto Limpão, um sitio especifico em proporção
gigantesca, em São Bernardo do Campo. Trata-se da ocupação de todo um
morro, com pinturas nas fachadas das casas, nos corredores e praças do
lugar. As casas do bairro são construídas pelos próprios moradores, num
típico exemplo da arquitetura urbana paulista, sem pertencer a um projeto
urbanístico coerente. Esse trabalho de fôlego não tem data pra acabar: ele
vai sendo construído aos poucos, em parceria com 'o pessoal da capoeira',
nos fins de semana, com a anuência e admiração da comunidade.
Ramon Martins
http://choquecultural.com.br/blogs/ramonmartins/
Nasceu em São Paulo, 1980. Bacharel em Artes Plásticas pela Escola
Guignard de Minas Gerais, Ramon funde a experimentação do estúdio com a
energia da rua. Faz graffiti, performance, instalações, esculturas, sitio
especifico e pintura em telas. É nesse ofício, a pintura, que sintetiza
seu estilo fluido, cheio de misturas técnicas surpreendentes.
Ramon Martins explora a técnica do estêncil, herdada do graffiti, passeia
pela tinta acrílica, aquarela e têmpera, com grande repertório pictórico.
Sua obra revela sensualidade, um acento pop-psicodélico, com influência de
arte africana e indiana.
Recentemente, Ramon Martins participou do projeto R.U.A - Reflexo on Urban
Art - Lines, Colours and Forms of Brazilian Urban Art, em Rotterdam, ao
lado de artistas brasileiros como Onio, Speto e Onesto, onde pintaram
grandes murais nas ruas da cidade.
Stephan Doitschinoff
http://www.choquecultural.com.br/?area=bio&aid=11.
Stephan Doitschinoff, conhecido como Calma, nasceu em São Paulo, em 1977.
É um artista autodidata e sua formação foi muito influenciada pela
convivência com os mais diversos tipos de crenças e rituais religiosos.
Além de filho de pastor evangélico, neto e bisneto de espíritas, Stephan
conviveu no bairro em que passou sua infância e juventude tanto com um com
um centro Hare Chrishna como com um terreiro de umbanda. Já adolescente,
Stephan envolveu-se com a cultura pop, do skate aos movimentos punk e
hardcore de São Paulo. Elaborava capas de discos de bandas e trabalhava
como assistente do cenógrafo Zé Carratú, pintando cenários de grandes
shows de rock dos anos 1990.
Por meio de desenhos, pinturas, murais, esculturas e instalações, Stephan
cria um universo de onde emergem inúmeras questões simbólicas e
existenciais, como decadência, redenção, culpa, paz, salvação e
transcendência. Tudo se conecta numa composição que leva à reflexão sobre
o que é considerado arte e o que é considerado sagrado.
A partir de 2002, Stephan passa a interagir e intervir na cidade por meio
da pintura e da aplicação de pôsteres, adesivos e estênceis. Seu estilo se
destaca na cena da nova arte urbana, gerando convites para participar de
exposições em diferentes cidades do Brasil, dos Estados Unidos e da Europa
e uma residência artística na Inglaterra.
Em 2005, parte para o desenvolvimento de seu mais audacioso projeto
artístico: o de pintar uma cidade inteira. Compondo com as histórias, as
crenças e a realidade local da cidade de Lençóis (BA) e dos povoados dos
arredores, Stephan realizou intervenções na região, onde morou de 2005 a
2008. As fachadas dos casebres, a igreja e até mesmo o cemitério formaram
um conjunto pictórico de dimensões grandiosas. Essa grande instalação
urbana, que envolveu toda a população da cidade, é um trabalho de fôlego
que desenvolve importantes questões sobre as dimensões político-sociais da
arte pública. Esse trabalho foi documentado no filme Temporal, produzido
pela Movie Art, e em sua monografia Calma. The Art of Stephan Doitschinof,
publicada pela editora alemã Gestalten.
Titi Freak
http://choquecultural.com.br/blogs/titifreak/
Hamilton Yokota aka Titi Freak nasceu em 1974. É paulista de ascendência
nipônica e mistura o espírito espontâneo dos brasileiros à estética
disciplinada dos japoneses. Yokota chegou aos estúdios de Maurício de
Souza, produtor brasileiro de inúmeros best sellers dos quadrinhos, ainda
adolescente. Desde então o senso de estilo, a habilidade como ilustrador e
o profissionalismo adquiridos o mantiveram em atividade, trabalhando como
designer gráfico e ilustrador.
Titi Freak conheceu o graffiti em 1995. Nas ruas de São Paulo, pôde
integrar a excelência técnica do seu desenho ao espírito de improvisação
que a cidade impõe. A troca foi justa: Titi soltou o traço enquanto o
graffiti paulistano ficou mais sofisticado.
Titi Freak é um artista que se deixa influenciar pelo imaginário da moda,
dos quadrinhos e mangás, da low brow art e da cultura japonesa em geral,
mas também presta atenção em Matisse, Picasso e Portinari, alguns de seus
ídolos na pintura. Essa mistura de referências, bem contemporânea e pop,
confere a sua obra carisma e empatia com o público de várias idades e
procedências, ao mesmo tempo em que explora os vários suportes tão
díspares quanto os gigantescos murais públicos e os pequenos desenhos em
miniatura.
Na verdade, o artista aproveita muito bem as diferenças de linguagem,
escala e tratamento que imprime às suas obras, na intenção de envolver a
audiência e provocar fortes emoções. Depois de três meses no Japão, Titi
voltou ao Brasil para a exposição AmorInsistente, na galeria Acervo da
Choque. Antes disso, lançou o livre FREAK, pela editora ZY, em que
apresenta imagens de sua trajetória artística.
Zezão
http://choquecultural.com.br/blogs/zezao/
Zezão é um artista intuitivo e autodidata, tem um trabalho artístico
profundo e complexo, com implicações estético-político-sociais. Faz uma
arte popular e carismática, vinda da simplicidade com que relaciona o
estético e o humano, com força e vibração, manipulando e misturando
suportes como instalação, sitio especifico, fotografia, vídeo, performance
e pintura.
Zezão nasceu em São Paulo, em 1971, de ascendência portuguesa. A
adolescência vivida no ambiente do skate, punk e pichação foi marcada pelo
trabalho duro. Foi trabalhador rural em Portugal, motorista de caminhão e
motoboy em São Paulo.
A paisagem urbana, de onde Zezão extrai sua estética, é a de uma São Paulo
grande, desleixada com seu espaço público, com seus rios e com o seu lixo.
Zezão vai fundo na exploração dessas mazelas e extrai preciosidades
simbólicas. Entra na cena, escolhe a locação, se relaciona com o morador
da rua. Ele sabe que sua performance precisa agradar aos que ali habitam,
pois sua arte é feita para elas, num primeiro momento. Zezão começou a
pintar num momento de depressão pessoal e profissional. Saiu das ruas e se
enfiou no subsolo dos canais de água pluvial. Foi para um lugar povoado
por ratos e baratas e, ali, descobriu os cenários que se tornariam sua
marca registrada.
Em sua trajetória, Zezão participou de exposições individuais e coletivas,
como a Zezão Fotógrafo, na galeria Choque Cultural, São Paulo, na Scion
Gallery, em Los Angeles, e Une Estivalle, na LJ Gllery, em Paris, e
residiu e participou do evento mundial de graffiti Namefest, em Praga.
De dentro para fora/De fora para Dentro.
Realização e coordenação: MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis
Chateaubriand
Vernissage: 18 de novembro, 19h.
Em cartaz: 20 de novembro a 05 de fevereiro de 2010
De terças-feiras a domingos e feriados, das 11h às 18h. Às quintas-feiras,
das 11h às 20h. Ingressos: Inteira: R$ 15,00. Estudantes: R$ 7,00.
Gratuito até 10 anos e acima de 60 anos.
Às terças-feiras a entrada é gratuita para todos. Classificação etária:
Livre
MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Av. Paulista, 1578. Fone: (11) 3251 5644. Acesso a deficientes.
Estacionamento conveniado ao lado, na Av. Paulista, R$ 10,00
Mais informações ao público:
www.masp.art.br
Siga o MASP no Twitter: http://twitter.com/maspmuseu


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